terça-feira, 24 de junho de 2014

Quinto capítulo: Sangue.

     Parecia uma chama dançando em meio do campo de batalha. Uma labareda que incendiava todo seu redor. Essa era Brenys, lutando com sua espada e seu chicote. A lâmina de sua espada era afiada e pegava fogo de um jeito inexplicável. A cada homem aliado que se feria, Brenys derrubava três homens inimigos. Sua espada estava vermelha de sangue. Zutic e suas chamas cintilantes espalhavam fogo pelo campo. Logo se tornando quase como um mar de fogo. A emboscada criada por Brenys obteve sucesso. Eles cercaram a tropa de Marven e todos os seus homens derrubaram, exceto Geoffrey. Brenys estava com a espada em seu pescoço e o chicote prendia suas mãos. Ele a olhava com desprezo e com surpresa. Brenys tinha um sorriso maldoso em seu rosto.
         MAIS UMA VITÓRIA!    Brenys gritou empunhando sua espada. Sua tropa gritava junto a ela, empunhando suas espadas também. Os homens de Brenys certificaram que os outros estavam mortos e amarraram os pés de Geoffrey. O estado da tropa de Marven era deplorável. Muitos tinham cortes profundos, outros foram queimados vivos por Zutic e, alguns até sem suas cabeças. A tropa de Brenys recolheu as armas inimigas e começaram a voltar pelo túnel. Brenys agradeceu Zutic e disse que traria sua recompensa mais tarde. Fecharam-se os portões do Portal das Trevas. Brenys trazia Geoffrey arrastado pelo chicote em suas mãos pelo chão. Todos comemoravam, cantavam canções em agradecimento para Horward pela luta bem sucedida e riam. Ao saírem do túnel, a cidade os recebia com aplausos pela luta. Na frente vinha Brenys com a face séria arrastando Geoffrey e atras sua tropa agradecendo os aplausos e trazendo os feridos que foram caminhados a enfermaria. Ela e cinco dos seus homens iam andando em direção as masmorras do castelo. Rapidamente arrumaram uma cela para o "convidado" e a sala de interrogatórios. Brenys soltou o chicote que foi substituída por algemas. O colocaram preso em uma cadeira e Brenys imediatamente começou o interrogatório. 
          Eu sabia que tinha sido você, Hawklight.
          Eu? Eu não fiz nada, Seageon. Nem sei do que se trata.
          Não seja sínica. 
          Não comece de assuntos paralelos. Eu que faço as perguntas aqui. Você foi derrotado e preso por mim. Seu único direito é de responder o que vou lhe perguntar    ele a olhou com repúdio e ela riu como troca    Então vamos começar com o básico... O que vieram fazer aqui, Seageon? 
          Não lhe convém, Hawklight.
          Tudo bem, você quer do modo difícil. Então assim será    Brenys com seu chicote em mãos deu uma chicotada forte no rosto de Geoffrey que soltou um grunhido de dor    O que a tropa de Marven veio fazer aqui?    Geoffrey permaneceu em silencio. Ela lhe dava socos e chicotadas mas, o único som que se ouvia de Geoffrey eram seus gritos e gemidos de dor. Brenys o encarava seriamente. 
          Você repudia o sangue que está em sua espada, Hawklight. Você repudia o meu sangue que está em suas mãos e no seu chicote. Repudia o sangue dos homens que borrifou em sua armadura e em seu rosto.
          Não repudio só seu sangue. Repudio você por inteiro    Brenys cuspiu em Geoffrey    Você não é um comandante de verdade. Você não comanda sua tropa. Você é apenas um boçal de Marven. Se acha esperto e forte mas não passa de um estúpido. Você não me deixa escolha, Seageon. 
          O que irá fazer Hawklight? Matar-me? Seria uma grande honra.
          Você não é digno de morrer.
          Mesmo que você não me mate, Hawklight. Eu serei morto por Marven de qualquer forma. Prefiro morrer fiel e honrado por tuas mãos do que morrer como covarde e fugitivo nas mãos de Marven. 
          Você não é digno de ser morto por mim, guerreira do fogo. Um grotesco como você merece humilhação. 
          Pode dizer quantos insultos quiser, Hawklight. A verdade é que você não superou ainda. Não superou a morte do irmão. 
       Brenys não lhe respondeu, fingindo que não havia ouvido enquanto chamava um de seus homens. Mas na verdade, ela tinha ouvido e odiado o comentário. 
          Comandante Hawklight?
          Leve-o para cela. E mande chamar Hilia e digam para trazer suas poções. Preciso de um favorzinho dela.


*--*--*--*--*--*--*--*--*--*--*--*--*--*--*


      Caminhando pela floresta de Lightfire, Gyles e Fera estavam. Procuravam uma árvore com sombra para relaxarem e descansarem um pouco. O sol era quente. Os animais bebiam a água da praia entre Lumariand e Lightfire. A água parecia refrescante. Fera brincava na água e Gyles bebia um pouco dela, mas logo retornaram a sua sombra. Ambos cochilaram com a leve brisa que vinha da imensidão do mar. Quando acordou, tomou um enorme susto ao ver um grifo em sua frente. Ficou de olhos arregalados. 
         Pelo visto você finalmente acordou.
         E você fala!
         Por isso sou o grifo mensageiro de Lyne. Eu e meu irmão somos os únicos que podemos falar com vocês. 
         Se veio se vingar podia ter me matado enquanto eu dormia, seria um favor.
         Não vim com essa intenção. Pelo menos não agora.
      Gyles o encarou e soltou uma gargalhada, ele alisava os pelos de Fera.
         Então qual é o motivo de sua visita? 
         Lyne precisa de um serviço seu. Senão ela o mataria.
         Nossa, que maravilhoso. Deve ser algo muito importante pra ela não fazer justiça pelo seu bichinho. 
         É importante sim. Preciso levá-lo até ela. 
         Vai ter que levar a mim e o Fera. Não vamos a lugar nenhum separados.
         Então vamos rápido.
      Gyles levantou com Fera e começaram a andar. O grifo olhou para eles e começou a rir.
         Qual é o problema?
         Vocês realmente vão querer ir a pé? Levaria dias.
         Então o que você sugere para irmos? Voando?
         Exatamente.
         Não gostei disso... 


*--*--*--*--*--*--*--*--*--*--*--*--*--*--*

      Marven estava impaciente. A sala do trono no castelo tinha as paredes todas cobertas de ouro detalhado com chão de mármore branco bem limpo. O teto era desenhado imitando os vastos céus azuis. Era uma sala comprida. Tinha duas fileiras pilastras de mármore, uma fileira na esquerda e a outra na direita ao logo da sala. No final da sala, no centro, estava localizado um altar com escadas onde permanecia o grandioso trono. O altar tinha um formato arredondado coberto por um tapete dourado. As paredes atras do altar eram cobertas com grandes janelas e cortinas pesadas e amarelas que quase sempre estavam abertas. Seu trono era de ouro com formato de um largo raio e acolchoamento amarelo. Estava sentado em seu trono quando um de seus homens se aproximou.
         Majestade.
         Diga logo. O que tem a me dizer?
         Não tenho as melhores noticias, majestade...
         Então diga logo!
         Mandamos aquele grifo mensageiro que compramos de Lyne para verificar a situação do homens em batalha. O sinal dela foi negativo. Os homens estavam mortos. Alguns queimados, outros decapitados e com grandes ferimentos. A carne fedia pelo forte sol feito hoje. O dragão ainda está no Portal. O grifo não localizou o corpo de Geoffrey. Ele pode ter sido levado de refém, majestade.
      Marven estava furioso. Estava mais ardente do que fogo. Seus olhos demonstravam ira e decepção. Seus punhos estavam cerrados. Com força ele socava o chão que quase quebrava. Seu serviçal afastou-se um pouco com medo de sua ira. Depois de seu acesso de raiva, ele convocou o serviçal.
          Prepare minha tropa pessoal. Vamos ao Subterrâneo.


*--*--*--*--*--*--*--*--*--*--*--*--*--*--*

      Brenys subia as longas escadas para seu quarto. Subia com pressa, quase correndo. Entrou em seu quarto e trancou-se lá. Olhou para o espelho e viu uma imagem detestável. Seu rosto, suas mãos, sua armadura, tudo sujo de sangue. Botou as mãos em sua bacia com água e lavou seu rosto. Sentia-se nojenta. Quando ela olhou pra baixo, ficou observando a água da bacia que estava vermelha pelo sangue. Ela voltou a pensar nas perguntas de Gyles. Será que era aquilo que ela gostaria de ver sempre? Sangue e água juntos em uma bacia? Ela sentia o seu sangue pulsar mais forte. O sangue lhe trazia fortes lembranças que também eram muito dolorosas. Ela lembrava da primeira vez em que viu seu sangue. Ela havia furado seu dedo no espinho de uma flor branca que ficou respingada de vermelho com seu sangue. Era quente como os dias de verão e pulsava como um pássaro. Mas também se lembrava de quando ganhou tanto repudio por sangue. Fora suas duas irmãs, Brenys tinha um irmão. Ele era jovem e corajoso. Tinha sido o primeiro filho de seus pais. Seu sonho era se tornar comandante da tropa de Lightfire. Lightfire era uma cidade com rei desconhecido, ninguém jamais o tinha visto. Mas com a prosperidade da cidade, não ligávamos em não saber quem era o rei. Diziam que ele era filho de um romance entre dois deuses e que sua esposa era uma bruxa de coração branco. Em uma das luas, Marven queria dominar o reino dos dragões, Volcano, situado em Lightfire. O rei querendo defender seu território, mandou sua tropa e dragões a luta sendo vencedores. Marven ficou furioso com sua derrota e resolveu vingar-se do rei desconhecido que foi amaldiçoado por uma bruxa de coração negro. Contava-se que a maldição o transformara em dragão durante o dia e humano durante a noite. O rei sentindo-se humilhado abandonou o trono e foi viver em Volcano que era um grande vulcão inativo. O irmão de Brenys morreu nessa luta protegendo a cidade nas mãos de Geoffrey. Seus pensamentos foram interrompidos com um toque na porta.
         Srta. Hawklight?    dizia uma serviçal do outro lado da porta. Brenys dirigiu-se a ela e a abriu.
         Diga.
         A Srta. precisa de algo?
         Preciso sim. Encha a banheira de meu quarto, preciso tomar um banho. E depois, preciso que limpe minha armadura. 
      A serva desceu as escadas com a sua armadura em mãos, entregando-a a outro servo para limpá-la. Enquanto ela e outro servo enchiam a banheira. Brenys separava um vestido. Ela tinha alguns vestidos, mas quase sempre usava um de tom turquesa que estava sendo limpo. Então teve que mudar de opção pegando um belo vestido vinho. Era casual mas não deixava de ser incrivelmente belo. 
         Seu vestido é muito bonito, Srta. Hawklight.
      Brenys sorriu docilmente para a serva.
         Obrigada. Eu também acho ela lindo.
         Pena que a Srta. só usa aquele outro turquesa! Tem tantos outros tão lindos. 
         Eu sei    ela deu uma risadinha    Ele é o meu favorito. 
      Brenys fechou as portas de seu quarto e foi tomar seu banho enquanto pensava nas perguntas que a deixavam inquieta e duvidosa. Ela tomou seu banho com rapidez. Penteou os cabelos corais os prendendo em um coque trançado. Mas não colocou o vestido. Preferiu colocar sua outra armadura de bronze e couro. Olhou no espelho e sentiu alivio. Quando saiu de seu quarto, Hilia já a esperava no salão. 
         Hilia.
         Brenys Hawklight... Diga-me a honra de seu convite.
         Preciso de um favor seu. Trouxe as poções?
         Claro que trouxe.
         Então venha comigo.
         Você sabe que tem uma taxa extra por serviços domiciliares, certo?
         Acertaremos tudo, Hilia. Só preciso que faça o que lhe digo.
      Brenys e Hilia iam andando em direção as masmorras. Hilia era uma bela mulher. Sua pele era corada e os cabelos castanhos claros bem lisos. Seus olhos eram desconfiados e misteriosos num tom marrom. Sua altura era mediana. Era magra e tinha seios fartos. Sempre usava roupas de tom escuro. Quase sempre cinza ou azul marinho. Ninguém que não conhecesse sua fama a chamaria de bruxa. Os boatos eram que nem sempre ela tinha sido uma bruxa das trevas. Diziam que ela era filha de uma bruxa boa que morreu muito jovem. Hilia era apaixonada por um homem que não a amava. Iludida pelo paixão que sentia, viu seu amado com outra mulher a qual jurou seu amor e fidelidade, deixando-a raivosa e cheia de inveja. Daquele dia em diante, ela entregou seu coração as trevas e se tornou uma bruxa por interesse, vendendo maldições cuja o antídoto somente ela sabia. Alguns diziam que ela castigou o homem transformando-o num animal. Mas ninguém sabia o certo e ela jamais contava sobre. Elas chegaram nas masmorras e Brenys pegava um molho de chaves.
         Hilia, preciso da sua poção da verdade. Preciso que a aplique em um prisioneiro.
         Ele deve conter informações muito preciosas para pedir minha ajuda, Brenys.
         Exatamente, Hilia. Por isso que também preciso do seu silêncio. 
         Então vai ficar um pouco mais caro..
         Eu disse que acertaríamos tudo, certo? Mas eu preciso da sua palavra de bruxa. Até porque se você não cumprir sua palavra, sabe qual é seu destino, certo?
         É claro que sei, Brenys. Melhor ser amiga do fogo do que sua inimiga. Você tem minha palavra.
      Brenys e Hilia entraram na cela ne Geoffrey. Ele as encarou com um sorrio.
         Me trouxe uma puta para me fazer dizer algo, Hawklight?
         Antes fosse uma puta, Seageon. Está mulher é o pior dos seus pesadelos.
      Hilia gargalhou e começou a mexer em sua bolsa. Tirou um pequeno frasco de líquido branco e o segurava em suas mãos. Brenys segurou a boca de Geoffrey e Hilia pingou 5 gotas que desciam pela gargante dele. Ele se mexia tentando impedir, mas era impossível. 
         Lamento, Seageon. Você não quis me dizer por bem. Agora vai me dizer pelo mal. 
 

Um comentário:

  1. MORTAAA! KKK' Esse Geoffrey é muito otário. Já pode matar esse Luciescritora. E acho que o Fera era a tal paixão da Hilia, certo ? Eu lembro que no primeiro capítulo foi mencionado a tal lenda de que ele foi transformado em animal e tals. Quero mais! Quero saber o que vai acontecer com o Marven rei burro!

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