Horward empunhou sua espada e cortou a mão direita de Marven. Seu braço sangrava, mas ainda empunhava a espada. Marven se afastou por instantes e uma mulher apareceu em seu lado, estancando e usando ervas em sua mão. A mulher tinha uma bela aparência e longos cabelos loiros escorridos. Vestia-se toda de preto com um cristal roxo num cordão em seu pescoço pálido. Tinha a face séria com olhos marcantes e castanhos. Era a bruxa do coração negro.
Eryell pegou o envelope e tirou um papel amarelado de dentro. Possuia uma caligrafia bem escrita de tinta preta. Eryell sentou-se em sua poltrona e Lyne foi até o seu lado, com a visão turva.
Gyles e Fera tomavam seu rumo após acordarem aquela manhã. Deixaram moedas na cabeceira da mulher e partiram em busca das lágrimas de dragão. Renewal era próximo a LightFire mas, Gyles sabia que não conseguiria nada por lá, mesmo sendo a terra dos dragões. Seria morto na primeira oportunidade. Enquanto caminhavam, se lembrou que Brenys possuía um dragão no Subterrâneo. Seria muito mais fácil de conseguir e muito menos perigoso. Porém ele teria uma longa caminhada. Teria que atravessar LightFire inteira para chegar nas montanhas do Subterrâneo mas, pela sua vida, ele aceitou o desafio. Renewal era uma cidade pequena. Era a menor do reino. Alguns diziam que Wind, cidade de Rewis, era menor por ser localizado em duas ilhas. Uma maior e uma menor. Mas Gyles ainda achava Renewal menor. Não deixava de ser um lugar agradável. A população era mais velha. A cidade era conhecida por ter mais longevidade de vida por suas curas. Gyles já estava próximo da fronteira com LightFire. Fera e Gyles pararam em uma sombra de arvore e comeram a comida que traziam de Renewal. O dia estava pálido. Um tímido sol aparecia entre as nuvens que pareciam que em breve iriam chorar. Começaram a caminhar com pressa, querendo evitar uma chuva na floresta. LightFire também não era uma cidade muito grande, pouco maior que Renewal. Suas florestas eram finas mas cobriam toda a fronteira. Gyles atravessou-a com facilidade e rapidez, chegando a cidade. Pessoas andavam pela praça com um belo chafariz no centro. O comercio era extenso com casas fixas e barracas de madeira. Fera olhava para uma barraca de maçãs, Gyles sorriu e foi até a barraca com ele. Algumas pessoas olhavam estranhamente para Fera. Mas ele mal ligava, ao contrario, exibia-se. Na barraca de maçãs, havia uma mulher se altura mediana, cabelos negros nos ombros e com ela uma menina que parecia ter aproximadamente 14 anos.
Gyles tremeu quando ouviu o nome. Ele olhou para a mulher que pegava o saco de maçãs. Ela sorria para o mercador e agradeceu. Quando ela se virou para andar, Gyles a chamou.
Ela se virou lentamente e olhou para ele. Ela parecia muito com Brenys.
Ela parecia surpresa, agachou-se e olhou para a menina que estava com ela.
A menina saiu correndo em direção a algumas casas, enquanto Gyles seguia a mulher até uma casa. Era uma casa bonita. Havia muitas camélias vermelhas em sua entrada. A mulher fez para que Gyles entrasse e rapidamente fechou a porta. Sentou-se em um sofá e acenou para que Gyles senta-se no outro. A casa era bem decorada, era bonita e simples. A sala tinha paredes vermelhas com móveis de madeira clara. A mulher o encarava.
A mulher caiu em lágrimas, suas mãos estavam entre seu rosto. Como uma mãe separada de sua filha. Podia-se sentir a saudade que ela sentia.
Marven e Horward ainda lutavam. Marven apenas com uma mão, desviava com dificuldade dos ataques. Os homens do fogo lutavam bravamente e com vontade. Brenys queimava em campo, dançando com sua espada em perfeita harmonia. E Zutic incendiava homens inimigos cada vez mais. A luta era intensa. A bruxa observava o dragão. Brenys reparando o olhar da bruxa começou a correr atrás dela. A bruxa fugia em direção ao dragão que lutava distraído. Com uma adaga, ela lançou ao ponto mais fraco de um dragão, seu coração. A adaga estava amaldiçoada. Brenys congelou, seus olhos arregalaram ao ver a cena, mas precisava retormar o controle e correu para salvar Zutic. Mas era tarde demais. O dragão olhou para Brenys e quase sorriu. Silabou a palavra adeus. E em alguns segundos um grande estrondo se ouviu, tudo estava em chamas ao redor. O dragão explodiu e Brenys era a unica próxima. A intensidade da explosão foi tão forte e grande que fez Brenys voar pelos céus para tão longe que nem os olhos podiam ver. Ao ver a cena, Horward parou e caiu em joelhos. Ele gritou o nome de Brenys mas não se pode ouvir com a explosão. Grande parte dos homens do raio estavam queimados e mortos. Em desvantagem, Marven com muito desgosto partiu em retirada, mas raivoso Horward o seguiu em um cavalo. Com um arco roubado de um guerreiro ele atirou uma flecha que acertou o ombro de Marven, fazendo-o quase cair. Ao som das cavalgadas, podia-se apenas ouvir o grito de ódio e dor de Horward que ecoava ao vento das doze cidades. Sua raiva era combustível que incendiava. Sua dor era imensurável. E seu medo maior ainda. Mas tinha grandes esperanças da vida de sua amada que eram poucas comparadas a sua ira. Seus olhos queimavam em fogo e tinha sede de apenas uma coisa: vingança.
MELHOR CAPÍTULO!!! AMEI!!! Chorei muito com a morte do Zutic. Tadinho! Tô achando que o Gyles vai levar a mãe da Brenys pro Subterrâneo pra vê ela, hein...
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