terça-feira, 27 de maio de 2014

Primeiro capítulo: O roubo.

   A noite estava abafada. Mal se dava pra ficar perto da fogueira sem estar quase derretendo de calor. A tropa descansava enquanto ela observava as estrelas. Haviam poucas nesta noite, mas brilhavam intensamente. A brisa passava sorrateiramente pelas folhas das grandes árvores e, levemente, tocava a água de um pequeno lago.
      Ainda acordada, Brenys?    Brenys olhou para trás, assustada, apontou com a espada para o portador da voz. Respirou fundo, aliviada por ver Horward    Assustei você, donzela?
      Um pouco. E não me chame assim.
      Está muito distraída para uma ladina.
   Brenys guarda sua espada devagar.
      E você muito ausente para um líder de tropa    Horward sorriu sarcasticamente e aproximou-se    por onde esteve?
      Resolvendo uns assuntos pendentes, minha protetora favorita    Horward olha para o céu azul safira    Pensando no passado, donzela?
      Já disse pra não me chamar assim, demônio.
   Brenys começa a ficar raivosa.
      Quanta raiva, Brenys!    Horward diz rindo    Não era tão esquentada quando chegou ano passado... Era tão indefesa mas, com o dom da luta e a dádiva da beleza.
      Falará mesmo sobre esse assunto?
      Não faz tanto tempo assim, Brenys. Lembro-me de quando mal sabia empunhar uma espada. Alias... Lembro-me de muitas coisas... Como aquela noite, aquela inesquecível noite. Ou devo dizer, inesquecível madrugada? Estava tão bonita. Parecia até uma donzela.
   Brenys aparece por trás de Horward e coloca um punhal próximo a sua garganta.
      Já disse pra não me chamar assim.
      Anda muito confiante de si para colocar um punhal na garganta de um Deus    Brenys recuou e retornou ao seu lugar    E eu não lhe chamei de donzela. Disse que parecia uma. Foi um elogio, Brenys. Você considerou um elogio naquela noite. Uma das melhores noites da minha longa vida. Bem que ela podia se repetir..
   Horward passa os dedos pelo ombro de Brenys. Ela se esquiva o mais rápido possível.
     Sou apenas comandante da sua tropa.
     Não foi apenas comandante da minha tropa naquele dia...     Brenys anda em direção a sua barraca    Espere Brenys, tenho uma nova missão a você.
   Irritada, Brenys parou na frende de Horward.
     Diga.
     Você irá saquear um vilarejo pra mim.
     Um vilarejo? Porque?
     Preciso de um item que está lá.
     Do que precisa?
     Da espada da jurisdição, em Steelhonor.
     STEELHONOR? A CIDADE DE METAL?
     Sim. Mas é perto do Subterrâneo. Seria pegar a espada, entrar no Portal das Trevas e estaria em casa.
     Lá é sua casa. Eu não tenho casa.
     Realmente. Não podia se chamar de casa, naquela vila que você vivia. 
     Então? Qual é o plano?


*--*--*--*--*--*--*--*--*--*--*--*--*--*--*

    Na mesma noite, na floresta de fogo, um semi-deus rondava em busca de sua recompensa. Afinal, é isso que os caçadores de recompensas fazem. Gyles era um homem alto com pele branca. Seu cabelo era castanho cortados com um punhal na altura do ombro. Seus olhos era cinza como os do seu fiel companheiro, um lobo chamado Fera. Alguns diziam que Fera era seu irmão que fora amaldiçoado pela bruxa da floresta das trevas, Hilia. Outros diziam que Fera era uma recordação de suas origens. Mas ninguém sabia o certo. Fera possuía um grande porte e tinha sua pelagem de tons cinza e preto. Gyles usava sua armadura de prata escurecido e com tecidos de couro marrom. Sua capa era rasgada e feita de pelo de animais. Seu bastão e seu arco eram feitos de madeira, seu elemento. Foram esculpidos por ele mesmo. 
     Vamos Fera, temos que chegar nas montanhas em que ficam os grifos. Se dermos sorte, terá um ovo esperando por nós. Você sabe que os grifos de fogo são bem raros, se conseguirmos um ovo deles seremos muito bem pagos. 
    Gyles e Fera seguiam seu caminho. A floresta de fogo ficava aos arredores de Lightfire e de Volcano. Eles atravessaram rio de lava e acamparam as margens do lago Delusion. Antes de dormirem, eles decidiram se banhar por conta do calor que a noite fazia. Fera prefere não entrar mas sem conhecer a fama do lago, Gyles entra. Perdido em seus pensamentos, ele se banha. Ao longe, ele avista uma donzela se banhando no mesmo lago. Ela tinha os cabelos vermelhos como o fogo. Sua pele era branca como as nuvens de um céu de verão. Ele tentava se aproximar lentamente da moça. Quanto mais ele se aproximava, mas bela ela parecia. Ela se virou para ele, sorrindo gentilmente. Ela o encarava com seus olhos verde oliva. Com as mãos em seu rosto, ela passava as unhas por sua barba cerrada. Passava a ponta dos dedos levemente pelos seus lábios e encostava corpo em corpo. Docilmente, ela encostou seus lábios nos dele e começou a beijá-lo. Ele retribuiu o doce beijo que estava recebendo. Um beijo que jamais sentira. Foi quando Fera a puxou pelo cabelo e a moça gritou tomando a aparência de uma succubus. Sua pele ficou cinza e cresceram suas asas grandiosas de morcego. Sua armadura era um collant de aço preto sem alças bem desenhado com detalhes prata. Mesmo em sua aparência demoníaca, ela ainda era excepcionalmente bela. Quando ela laçaria Gyles com seu chicote de corrente, ele saiu do transe e se afastou junto de Fera.
     Lobo maldito! 
     Maldita és tu criatura! Iria me matar!
     Não lhe mataria. Eu tornaria tua vida mais uma das minhas. Lhe tornaria mais poderoso. Lhe daria o prazer eterno. Mas afinal, porque entraste nesse lago, se quer viver sem me servir?
     O que tem nesse lago?
     Este lago pertence a mim, Hefrix, Princesa do reino Subterrâneo, irmã de Horward. Todos que entram nesse lago, rendem suas vidas a mim em troca de poder. 
     Não quero teu poder. Eu sirvo a todos. Sou um caçador de recompensas       Gyles sentia seu sangue pulsar mais rápido, o via escorrendo pelo seu braço num machucado feito pelo chicote. 
     Vai se arrepender de me negar. Nesta marca que fiz em você, eu me marquei em você. Poderei te achar sempre que quiser.
     Vai fugir? Não ira lutar contra mim? 
     Tenho meus motivos para não mata-lo. Até breve, caçador.
  Hefrix levantou voo, voando em direção as altas montanhas do sudeste.         Gyles saiu rapidamente do lago e acariciou Fera. 
     Obrigado. Você me salvou, Fera.
  Eles trocaram o lugar do acampamento. Agora acampavam na floresta de metal não muito longe do lago, mas ainda seria melhor que ficar mais tempo naquele lugar. 

*--*--*--*--*--*--*--*--*--*--*--*--*--*--*

   O sol ainda não havia raiado, Brenys e sua tropa já estavam andando na margem do rio em direção a Steelhonor. 
     Já estamos na floresta de metal. A partir de agora, tomem cuidado. Chegaremos lá antes de amanhecer.
     Sim, comandante Hawklight    a tropa disse em coro.
  Eles andavam com cuidado pela floresta. Brenys parou a tropa por alguns minutos para descanso, enquanto ela andou sozinha ao redor da área. De longe, avistou um homem deitado com a cabeça em cima de um lobo. ela se aproximou e deu um leve chute no homem.
     Quem é você, homem?
  O homem, ainda sonolento, olhou Brenys e assustou-se. Lenvantou rapidamente e apontou o bastão a ela.
     A questão é quem é você, mulher?!
     Perguntei primeiro. Diga-me!
     Sou Gyles, caçador de recompensas.
     E o animal?
     Esse é Fera, meu companheiro.
     Dizem que você é um dos maiores caçadores que existem. Que já caçou e enfrentou as piores das criaturas. Você é realmente Gyles, o semi-deus caçador?
     É. Eu sou sim.
     O que faz aqui?    Gyles soltou uma gargalhada ao ouvi-la.
     Sou um caçador. O que eu estou fazendo? Caçando. Não é obvio, donzela?
  Brenys tomou sua espada e a pôs no pescoço de Gyles.
     Não me chame de donzela.
     Ou, ou. Desculpe-me, mas não sei seu nome.
  Ela guardou sua espada, encarou-o.
     Me chame de Hawklight.
     Hm.. Tudo bem, é um nome.. diferente.
     Meu nome não é esse. Só quero que me chame assim.
     Você fala com muita autoridade com um semi-deus. Deve ser por isso que veste essa armadura. 
  Brenys ia se retirar quando Gyles tocou em seu ombro.
     O que você faz aqui, Hawklight?
     Tenho uma missão a cumprir. Ordens do meu superior.
     Você tem um superior? Olha, eu tenho que fazer uma reverencia a esse cara. Quem é seu superior? 
     Horward. 
  Gyles ficou espantado quando ouviu o nome e afastou-se um pouco.
     O que foi? O nome lhe assusta?
     Creio que não deve fazer dos melhores serviços a ele. 
     Isso deveria ser um problema meu, não acha? 
     Certamente, é um problema seu. Só espero que não se arrependa depois.
     Por que me arrependeria?
     Você deve saber. O mal corrompe o bem que existe em nós. Em breve, você não terá equilíbrio. Só conseguira se alimentar de mal. E esse seria uma vida que eu não recomendaria a ninguém.
     E se for a unica coisa que tenho? Não tenho mais nada, nem a ninguém.
     Então deverá conquistar algo novo. Algo que valha a pena sair do mal. Algo que prove sua diferença. 
  Brenys se calou e desviou o olhar para longe.
     Irá se encontrar com ele depois certo, Hawklight?
     Por que o interesse, Gyles?
     Acho que temos o mesmo destino final, encontre comigo nas montanhas.
     Quer ir ao Subterrâneo? 
     Tenho uma entrega a fazer a Horward. 
  Ela riu, começou a andar em direção a sua tropa. 
     Encontro-o nas montanhas com a minha tropa, no Portal das Trevas, em três horas.
  Ela encontrou com sua tropa e continuou a andar até Steelhonor. 

*--*--*--*--*--*--*--*--*--*--*--*--*--*--*

   Seguindo o caminho, tomando as montanhas rochosas, Gyles e seu companheiro caminhava. Entre os rochedos, havia um buraco que formava uma caverna no alto da montanha. Gyles começou a escalar o monte com seu companheiro nas costas. Entre os vãos de terra firme, ele parava para descansar até chegar a caverna. Fera foi na frente para guia-lo com seus sentidos. No breu, Gyles andava guiado por Fera. No fundo, ele encontrou um grifo que dormia com seu ninho de ouro e dentro dele havia um único ovo de ágata de fogo. Nas pontas do pés, Gyles andava pronto para pegar o ovo. Após pega-lo, voltou o caminho em silêncio com Fera.
     Mas que tremor é esse?
  Quando olhou pra trás, vinha o grifo correndo atras de seu ovo.
     Talvez demore mais que três horas.

*--*--*--*--*--*--*--*--*--*--*--*--*--*--*

  Enquanto sua tropa andava em cercava Steelhonor, Brenys entrou na vila. Calmamente, observava e ouvia o silêncio da madrugada. Apenas se ouvia a musica que vinha do salão de baile do Castelo de Metal. O castelo era grandioso. Em sua fachada havia três enormes espadas. Uma ao meio e as outras duas tortas para lados opostos. Também havia duas torres que prendiam um letreiro de metal escrito “Steelhornor” sob o ar. Ela assoviou e sua tropa rapidamente entrava nas casas vazias as saqueando. Enchiam carroças de itens daqueles que moravam naquela vila. Após o saque na vila, eles cercaram o castelo e Brenys vestida com uma das roupas que saquearam entrou no baile. Os guardas estavam bêbados e nem a viram entrar. Ela passava pelo baile, sem se destacar. Quando estava próxima a porta, o príncipe de Steelhonor a tocou.
     Me concederia uma dança? 
  Brenys sorriu ao príncipe, olhando-o. O príncipe possuía cabelos negros e cacheados. Tinha a pele morena e um sorriso encantador. Com belos e brilhosos olhos castanhos.
     Perdoe-me, alteza. Mas não posso ficar.
     Certamente você não deve ser daqui. Jamais a vi na vila. Por favor, conceda-me uma dança apenas.
     Já que insiste, alteza.
  Brenys lentamente se moveu ao salão, começando a dançar uma valsa com o príncipe de Steelhonor. 
     Diga-me seu nome?    O príncipe sussurrou.
     É.. Meu nome é Eryn, alteza
     Chama-me de Alan, por favor. Tem um nome muito bonito. 
     Muito obrigada, príncipe Alan. 
  Ambos continuavam a dançar até o fim da valsa.
     Aqui está muito abafado. Gostaria de subir até a varanda?
     Seria uma grande honra, príncipe Alan.  
  Ambos subiram até a varanda e o príncipe viu sua tropa cercando o castelo.
     Mas o que está...    O príncipe foi interrompido com um soco dado por Brenys. Ele caiu no chão desacordado com o soco recebido.
     Desculpe. 
  Brenys foi até o quarto de Freyceol, Deus do Metal e Rei de Steelhonor. Freyceol era o melhor criador de armas que existia. Havia criado grandes espadas como a Espada do Raio que fora dada de presente a Marven, o Deus maior e o Punhal de Cristal que pertence Eliora, a Deusa maior. Brenys havia revirado todo o quarto, quando pensou no único local que não tinha visto. E lá estava ela, a Espada da Jurisdição, embaixo da cama de Freyceol presa entre os estrados da cama. Ela pegou a espada e fugiu pela janela, fazendo a longa cortina de corda. Os guardas do castelo estavam todos amarrados e sua tropa a aguardava. 
     Ficamos preocupados com a sua demora, comandante Hawklight.
     Tive um imprevisto mas aqui está a recompensa. Agora vamos embora, o baile em breve acabará.
  Brenys colocou novamente sua fiel armadura. Ela e sua tropa foram andando ao leste em direção às montanhas. O Sol nascia atrás delas. Os guiando no caminho. 

*--*--*--*--*--*--*--*--*--*--*--*--*--*--*

   Freyceol despedia-se dos seus convidados, abrindo as grandes portas de metal de seu castelo. Porém teve uma grande surpresa ao ver seus guardas caídos e amarrados. Rapidamente ele subiu correndo as escadas e também encontrou seu filho desmaiado. 
      A espada...
   Ele foi correndo ao seu quarto e como esperava, estava todo revirado. E quando ele olhou debaixo da cama, a espada não estava mais lá. 
      Joane!    Ele gritou sua criada.
      Sim, majestade.
      Chame Pankul imediatamente! Preciso mandar uma mensagem urgente a Marven. 

*--*--*--*--*--*--*--*--*--*--*--*--*--*--*

      Não me olhe desta forma, Fera. Sei que Lyne ficará raivosa se descobrir que matei um dos grifos dela.
   Gyles descansava sentado na beira da montanha com Fera de um lado e o grifo morto do outro. Quando ele avistou Hawklight vindo com sua tropa. 
      Você é bem pontual, Hawklight.
   Brenys riu, olhando pro grifo.
      Pelo visto você teve distração. Lyne não ficará muito feliz quando souber.
   Gyles gargalhou. Levantando e guardando seu arco. Ele olhou a espada trazia em suas mãos.
      Não pode ser. Você roubou a Espada da Jurisdição do Freyceol? Você enlouqueceu?    Gyles disse com tom de reprovação.
      Foi mais fácil do que eu imaginava. Vamos embora.
   Gyles balançou a cabeça negativamente. Levantou-se e começou a caminhar com ela e sua tropa. Andaram por um tempo. E entre as montanhas encontraram o Portal das Trevas, que é protegido por um dragão chamado Zutic.
      Olha só quem vêm lá...
      Quanto tempo, Zutic.
      Digo o mesmo, Hawklight. Quem é o forasteiro?
      Ele veio entregar uma encomenda a Horward.
      Ah sim. Ele me alertou sobre. 
   Brenys pegou a chave do pescoço de Zutic e abriu o grande portal. 
      Entrem!    Ela ordenou a sua tropa. 
   Brenys e Gyles entraram por ultimo. Ela entregou a chave a Zutic e o agradeceu. Zutic trancou o portal e colocou novamente a chave em seu pescoço.
      Bem-vindo, Gyles. Bem-vindo ao Subterrâneo. 

   

3 comentários:

  1. AMEEEEEEEEEEEEEEI!
    Já amo o Gyles!
    Ótima historia!,me deixou com gostinho de quero mais !! DD;

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  2. Gostei bastante! É bem intrigante a história, Luh. Quero logo os outros capítulos *-* #HowardFã

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  3. Ficou bem banaca!!! Também quero mais!!

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